Rio Tinto, Huelva, Espanha
Na Andaluzia, Espanha, corre um rio que lembra uma das pragas bíblicas contra o Egipto.
Vermelho como sangue, o Rio Tinto é talvez o caso mais antigo de poluição causada pelo ser humano.
Em 3000 a.C., os íberos e os tartesos começaram a explorar minerais na nascente do rio, extraindo ouro, prata, cobre, ferro e manganês. Seguiram-se os fenícios, romanos, visigodos, mouros e por fim os espanhóis, a partir do século 16.
A isso somou-se a herança da ocupação britânica durante o final do século XIX, que passou a explorar o rio. A mineração e a poluição continuam ainda hoje.
A assustadora coloração vem do ferro diluído na água. Com um pH perto de 2, a água tem uma acidez semelhante ao vinagre ou a sumo de limão. Também há por ali uma grande concentração de metais pesados.
Apesar dos níveis extremos de poluição, algumas bactérias conseguem prosperar. Por isso a agência espacial norte-americana NASA e o Centro Espanhol de Astrobiologia focaram a sua atenção no rio para estudar as prováveis semelhanças entre estas condições ambientais e aquelas que caracterizam Marte.
A primeira manifestação de cariz ambientalista registada ocorre em protesto contra as calcinações de minerais ao ar livre que libertam fumos sulfurosos. Foi realizada em 4 de Fevereiro de 1888 e nela participaram milhares de pessoas de todo o concelho.
Seguindo ordens do governador civil de Huelva, forças do regimento de Pavia, abriram fogo contra os manifestantes concentrados na praça da Constituição o que resultou em mais de 100 mortes.